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sábado, 22 de maio de 2010

O Porte




Era um poste chamado Espia só, apelido esse que lhe deram os outros postes. Porque era o ultimo poste do fim da linha e era ele quem espiava a primeira e a ultima estrela. O primeiro leiteiro e o ultimo bêbado. E via coisas que os outros, enfileirados na rede de iluminação, apenas imaginavam nas suas noites de ardente insônia.
 Só ele ouvia bem a serenata dos banhados.
 Um dia um joão-de-barro fez-lhe a casa em cima. Uma casa pobre, limpinha, funcional.Cheia de ordem e amor - impossível essas duas coisas juntas, pelo menos no mundo dos homens - assim pensou um joão-ninguém.
 E continuou pensando assim, até que um dia amanheceu enforcado no poste... Espia Só!

O fim do Fim...

O fim do mundo já não existe,
O deixaram cair num poço qualquer de criação...
Os lobos selvagens da antiga e eterna  festa agora vão
                                                                                  a caça...
Num mundo sem esperança e todas as expectativas  gastas,
Não há o doce tormento necessário para a paz no fim do dia,
No fim do mundo!
Minha ultima espera é que as luzes se apaguem,
Não para dormirmos. Mas, para que meus olhos possam descansar
                                                                                              desse  horror cruel.
Venham! Todos comemorem!
O fim já não existe e todos podem nunca mais descansar,
As aves negras se esvaíram e com elas as suas brancas irmãs...
O que fizemos contigo ó ilusão?
Tu que eras a nossa amada prometida nas horas da solidão
E que nem mais a ela temos como amiga...
Esperava eu um dia terminar e encontrar aquela donzela perdida e bela,
Vestida com seu vestido azul de noite, com seus cabelos de cristais de                                                                                                                                                                          gelo pálido.                                                         
E o seu olhar infernal me consumiria até a altíssima instancia da vida
E então passaria desse mundo para o outro...
Porém, roubaram-me o fim do mundo
E já não posso mais saber em que inferno estou...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dos Lamentáveis tempos não encontrados.



Encontrei uma menina
Que me perguntou se era verdade se iam demolir aquele
                                                                      Belíssimo pé de figueira
Não,  ela não disse belíssimo...
Foi por uma questão de ritimo que acrescentei  aqui esse
                                                                                            Adjetivo inútil.
Feliz de quem vive ainda no mundo dos substantivos:
O resto é literatura...
Sorri- lhe cumplicemente
( e tristemente )
Porque me lembro que em meio ao quintal lá de casa
Havia uma painera enorme
( ultrapassava em altura o primeiro andar do meu quarto ).
Quando florescia, era uma glória!
Talvez fosse ela que impediu que meus sonhos de menino
                                                                                                   Solitário
Tenham sido todos em preto-e-branco
Uma glória... Até que um dia
Foi posta abaixo
Simplesmente
“porque prejudicava o desenvolvimento das árvores
                                                                                         Frutíferas”.
Ora, as árvores frutíferas!
Bem sabes, meninazinha, que os nossos olhos também
                                                                                   Precisam de alimento.

Amiga Antiga

Era um caminho tão pequenino
Que nem sabia aonde ia,
Por entre uns morros se perdia
Que ele pensava que eram montanhas...

Enquanto a tarde, lenta, caía,
Aflitamente o procuramos.
Sozinho assim, aonde iria?
Porém, deixamos para um outro dia...

Perdido e só, nós o deixamos!

E quando, enfim, ali voltamos
Já nada havia, só ervas más...
Tão vasto e triste sentiste o mundo
Que te achegaste, desamparada...

E foi bem juntos que regressamos,
Ombro com ombro, a mão na mão,
Enquanto, lenta, caía a tarde
E nos espiava a bruxa negra...

E nos seguia a bruxa negra
Que hoje se chama Solidão!

sábado, 15 de maio de 2010

A explosão do Instituto Butantan.

Neste momento recebo a noticia, pelo tele jornal, de que um amontoado de fumaça foi consumido pelo fogo e com isso as cobras mágicas da saúde, aquela da medicina, deram o seu adeus ao mundo. Penso: Que bom!
Não é legal ficar numa torre cinzenta cheia de venenos próprios. Quanto aos Homens de Branco, peço que parem de chorar porque finalmente eles se libertaram das teias de aranhas, onde os escorpiões só vinham catar as moscas mutantes da curiosidade desmedida.
Fogo? Acho que no final foi um belo espetáculo para quem sempre foi símbolo de cruel frieza: as cobras.

Ah não!                                                                     
A cadeira de balanço tá fazendo exercício para evitar o bico de papagaio, o animal se apaixona fácil por esse cheiro de antiguidade.
Por isso saí com você Raynara, para levá-lo ao cinema e assim assistir ao filme da múmia nova, na esperança de convencê-lo a deixar a gaiola e finalmente voar de para-quedas.
Porém, nada adiantou. O papagaio, agora, só anda de montanha-russa. É um depravado essa criatura, no final mostrou-se  sado-masoquistas - jaculejando por aí com uma cadeira qualquer. E o pior é saber que ele sonha com toda essa perversão toda a noite, usando como modelo a cadeira de balanço da vovó. 

Diferente- mente Igual!

Se você acha que é diferente, está enganado!
Tudo em você é copia. E não me venha com essa história de que falas de assuntos que ninguém tem coragem de falar, pois no final és um covarde e só falas por medo do comum, você é um comum.
talvez quando deixares de tentar tu não precises mais fazer esse ridículo perfil pré-criado para impressionar o ninguém, sim porque pra você Sr "Diferente" os outros são o ninguém.
É loucura. Eu não pego a minha nave e saio por aí procurando planetas, pois as coisas foram feitas para o óbvio e depois para não o serem. Por isso, uso a minha nave XYZ Menkerélio para tomar banho - e isso não tem nada de diferente.




A sua diferença é apenas a sua chance de descobrir o novo já descoberto em tempos passados e que continuaram sendo no futuro.
Portanto, não me entedie com suas Hipocrisias falseadas, pois o tempo é de vacas gordas e não de Hipopótamos magros. 

O Beijo

                                                                         Por um relato sincero sobre uma quase verdade que sempre foi realidade.






















Primeiro foi o silêncio.      
Um relógio desfiando
Os minutos enormes,
Os minutos sagrados
De iniciação para o ímpeto.
Depos o silêncio parou.
Ficou um minuto suspenso
Na ponta das horas como um
Êxtase.
De súbito, triunfalmente,
Te dobrei a cabeça morena,
Esmaguei a tua boca
Com um grande beijo.
Um grande beijo bárbaro e
Infinito.

Quanto tempo durou
Aquele momento de êxtase
Que foi a eternidade?
Aquele silêcio que a violência
Do beijo transformou em música?
Os meus sentindos num
Deslumbramento
Ficaram vibrando como tocados
Por um relâmpago criador
E fiquei em febre te olhando
Como um deus selvagem.
Olhando-te, violada e vencida
Como uma terra conquistada.

Já que perguntou Brendinha.

Já que a caichinhos morenos perguntou eu respondo:
Eu e a Jô terminamos por motivos mentirosos e vilões. Apesar de ser apaixonado por ela, não tenho um céu azul suficiente para suportar os venenos mais bobos de um relacionamento: espaço e tempo - ficamos tempos demais longe um do outro.
Além disso Brendinha, o amor de um casal muito raramente é homólogo. Eu a amo muito, muitíssimo. Porém, não creio que a intensidade em tal sentimento seja o mesma para ela.
Enfim, estou destruído por dentro e não sei quando voltarei a me recuperar.
Estou cansado Brenda, cansado por costume(saúde), cansado dos outros, cansado de está cansado. Mas, não pretendo ficar assim mais, nem que para isso tenha que decidi não ficar mais aqui.  

Verdadeira Frustração.

Estava eu correndo ao redor da minha árvore azul, quando o Rafael Blois( se diz Bloá está bem? )  me pediu uma informação:
- À que horas vão passar os elefantes saltadores
- o que?. Eu perguntei.
-Os elefantes saltadores, quando passaram?
-Ficou louco Rafael? Aqui só passam os bondes babilônicos.
- então me vestiram errado, estou com a minha calça boia e não tenho um sorvete.
Disse-me essa ultima frase com muita raiva. Eu compreendi sua frustração, num mundo de árvores azuis era de se esperar andar em elefantes saltadores tomando sorvete D'agua.